As Crises da DC – Guia de Leitura #00

Guia de Leitura

Por cliparelli Em 07/08/2020

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Recentemente, criei um post especial para você que quer começar a ler quadrinhos e inspirado nele, decidi abrir uma nova coluna do Site: O Guia de Leitura.

O Guia de Leitura será um passo a passo, com explicações e comentários sobre uma determinada publicação ou conceito importante, seja editorial, seja de enredo. E nada melhor para estrear este guia com um post 00 especial: as Crises da DC.

Intro

Uma das coisas mais complicadas para se acompanhar das grandes editoras é sua linha cronológica, aparentes “erros” e incongruências além dos vários reboots complicam o entendimento dela.

Na DC Comics não é diferente das outras – acredito que seja realmente a mais complexa, rs! Para facilitar a vida de vocês, queridos leitores, este guia não vai começar direto pela primeira crise…

A primeira vez que o conceito de Múltiplas Terras aparece na DC foi em The Flash Vol. 1 Ed #123 (escrito por Gardner Fox e desenhado por Carmine Infantino). Neste quadrinho, Barry Allen descobre que vibrando seu corpo em uma determinada frequência ele pode ir para uma Terra paralela – por um acaso, vibra na frequência correta e vai parar na Terra-2, casa do Flash Jay Garrick.

Foi um momento crucial na história da editora, pois um conceito essencial para todo futuro foi definido – o Multiverso. A partir de Flash #123, anualmente havia um crosssover entre as equipes de múltiplas terras.

Estes encontros foram compilados no especial Crise nas Múltiplas Terras e é uma espécie de semente para a Crise nas Infinitas Terras – essas histórias foram muito importantes para editora e sua tradição com o Multiverso. A Liga da Justiça, Sociedade da Justiça e o Sindicato do Crime se encontravam em incontáveis terras.

Porém, nem tudo são flores… Com o crescimento da editora, muitos heróis e muitas histórias, erros cronológicos ou de continuidade eram parte do cotidiano – e os leitores os encontravam. O mais crítico de tudo isso, era para os novos leitores tentarem entender o que estava acontecendo.

Crise nas Infinitas Terras

Esta obra-prima dos quadrinhos merece um post só para ela! Por enquanto vamos falar um pouco da importância desta publicação para a DC, para os fãs e para todo o universo de quadrinhos.

A Crisa nas Infinitas Terras foi uma saída editorial importante e inovadora para resolver para as complicações nas terras paralelas. Essa maxisérie que foi lançada em 1986, foi escrita por Marv Wolfman e desenhada por George Perez com um ambicioso objetivo: organizar as várias terras e extinguir o conceito de Multiverso – A cada aquisição de outras editoras e personagens ou a cada evento que criava uma linha do tempo paralela, uma nova terra nascia. Isso fazia com que os erros ditos anteriormente acontecessem.

Foram necessários dois anos de pesquisa dos quadrinhos da editora para preparar o ambiente e isso gerou um atraso de sua publicação. Dizem que os dados compilados desta pesquisa, gerou a Enciclopédia do Universo DC – uma publicação bem interessante que facilita bastante o entendimento da linha geral da história da DC.

Além das pesquisas, muitas referências para a Crise foram espalhadas em outras publicações antes de sua publicação para já começar a gerar o famoso HYPE.

Sua trama principal se desenrola em torno da destruição de várias terras pelo Anti-Monitor, um vilão cósmico muito poderoso. Sua contra-parte benigna, o Monitor, busca recrutar heróis para salvar o multiverso. Mesmo com a derrota do Anti-Monitor, as cinco últimas terras restantes se fundiram em uma única Terra com todos os personagens restantes.

A partir deste ponto, os termos “Pré-Crise” e “Pós-Crise” começam a ser utilizados – houve um grande reboot na editora, fazendo com que os heróis e vilões ganhassem novas origens – buscando suas referências no período pré-crise, mas muito mais amplas e detalhadas. Somente o Pirata Psíquico se lembra dos fatos ocorridos durante a Crise e seu período prévio.

Com a casa organizada em apenas uma única terra, será que tudo estava em seu devido lugar?

Zero Hora: Crise no Tempo

A Crise nas Infinitas Terras organizou as terras, mas o hipertempo ainda estava desorganizado – por exemplo, ainda havia vários Gaviões Negros sem explicação do porquê. A dupla criativa Dan Jurgens e Jerry Ordway foram responsáveis pela Zero Hora: Crise no Tempo em 1994.

Uma onda de entropia se movia para o fim dos tempos, apagando as eras de maneira parecida com o que houve em Crise nas Infinitas Terras, a onda de anti-matéria destruindo os planetas. Hal Jordan, tomado pela entidade do medo Parallax, queria reconstruir a linha do tempo para impedir os eventos que destruíram sua cidade natal, Coast City.

Apesar de o vilão ser detido, a cronologia foi impactada, sofrendo algumas alterações – assim tanto o Multiverso, quanto a linha temporal ficaram organizados.

Crise Infinita

Depois da tempestade realmente vem a bonança? Para os editores da DC, acho que não. Vem a Crise Infinita!

Com a criação de apenas uma Terra, durante a Crise Infinita, alguns dos sobreviventes das antigas terras começaram a ficar um pouco infelizes com a sua situação no novo paraíso. Ao perceber que a terra que se desgastaram para salvar, começa a se tornar corrupta, Superman, da Terra-2, se alia à Lois Lane, também da Terra-2, ao Superboy Primordial e Alexander Luthor Jr, da Terra-3.

Auxiliado por Alexander, que pretendia reconstruir o Multiverso para encontrar a melhor Terra para morar, Kal-L esmurra as paredes da realidade para poder voltar a sua realidade.

Mesmo ambos sendo derrotados – Luthor é morto pelo Coringa e o Superboy preso pela Tropa Lanterna – a reconstrução do Multiverso aconteceu, mas agora com apenas 52 universos.

Após esta Crise, algumas publicações foram adiantadas no evento chamado Um Ano Depois e a saga 52, contou o que houve neste um ano sem a atuação da Trindade. Como consequência direta, algumas publicações foram canceladas e algumas equipes voltaram a ser publicadas, como a Patrulha do Destino.

Crise Final

A DC queria novamente rebootar seu universo inteiro. Para isso criaram a Crise Final.

Porém, não foi bem isso o que aconteceu. Tida como uma saga um pouco confusa, devido a mudanças de trajetória no processo de publicação, trouxe grandes consequências para os Novos Deuses e Monitores – nesta história, Darkseid morre.

Mais para frente teremos um post para cada uma das Crises…  E SIM! Iremos explorar mais a Crise Final.

Flashpoint

Após o processo conturbado da Crise Final, veio o esperado Reboot que a DC queria! O Flashpoint (ou o Ponto de Ignição).

A história publicada entre Maio e Agosto de 2011, tem Barry Allen, o Flash, quer voltar no tempo para evitar a morte de sua mãe. Mas essa alteração no hipertempo causou uma mudança muito grande no seu próprio mundo.

Quando Barry tenta voltar no tempo para corrigir seus erros, um super ser interfere nesta realidade, roubando dez anos dela. Além disso, Pandora começa a mesclar outras realidades.

Com tudo isso surge um novo universo, com novos personagens e novos inícios…

Os Novos 52

Os Novos 52 foi um novo momento para a Editora, trazendo novas histórias de origem para os heróis e vilões.

Este foi o período que comecei a ler mais intensamente quadrinhos… Já gostava antes, mas este foi um momento que comecei a adquirir HQs com mais frequência.

Os personagens mudaram muito, com comportamentos diferentes ou até distantes do período anterior.

Renascimento

O Renascimento é tido como um soft-reboot – um momento editorial onde algumas coisas mudam, mas não começam do zero. A principal ideia por trás deste evento é resgatar os principais valores dos personagens e mostrar um pouco mais do que foi os Novos 52.

Neste período que ocorre o Relógio do Juízo Final, que explica que o super ser que interferiu nos Multiverso em Flashpoint, o Dr. Manhattan.

Conclusão

As Crises são bem interessantes dentro da DC, pois separam períodos históricos das publicações.

Existem outros eventos que tem o nome Crise, mas vão ficar para outro post – são histórias que trazem um pouco da ideia de crise, mas não são reinícios ou alteram a continuidade.

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