Relógio do Juízo Final

DC Comics

Por cliparelli Em 13/07/2020

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Intro

O Relógio do Juízo Final foi uma minissérie publicada pela DC Comics durante novembro/17 e dezembro/19, contendo 12 volumes – foram lançados em volumes mensais e também dois encadernados consolidando as edições de 1-6 e 7-12.

Com os roteiros de Geoff Johns (responsável pelo incrível run em Lanterna Verde, escrevendo a mega saga Noite mais Densa + Dia mais Claro), a arte de Gary Frank (Action Comics, Supergirl) as cores de Brad Anderson e as letras de Rob Leigh.

Esta publicação traz espaço para a união do universo DC após os acontecimentos do Renascimento e a linha de tempo da obra de Alan Moore e Dave Gibbons, Watchmen.

A ideia inicial era que as publicações serem mensais, mas buscando manter o padrão e a qualidade Johns decidiu mudar o padrão para bimestral. No fim calhou com o lançamento da série da HBO e a finalização de ambas aconteceu juntas.
Uma curiosidade interessante em relação às edições é que a capa original, é sempre o primeiro quadro da primeira página e as capas variantes trazem um pouco sobre o plot dela. A decima segunda edição teve uma segunda capa variante inteira amarela.

Plot

Essa minissérie acontece em dois universos que caminham paralelamente até se fundirem efetivamente.

No universo de Watchmen, os acontecimentos se passam após sete anos do fim da Graphic Novel original. Mesmo com muitos esforços Ozymandias, não conseguiu manter a paz em seu mundo e precisa da ajuda do Dr. Manhattan.
Ele junta um time um pouco diferente para partir em busca de onde, possivelmente, seu alvo esteja: o universo DC.

Chegando neste universo, após uma busca rápida, dois times são feitos para encontrar suas mentes mais brilhantes: Batman e Lex Luthor.

A trama se desenrola na busca por Dr. Manhattan enquanto algumas teorias são desdobradas – a teoria dos Super Homens, as mesmas fotos sendo espalhadas em vários cantos do mundo e da história, como uma assinatura.

A busca pelo Dr. Manhattan é só um pretexto para que os personagens de Watchmen saiam de seu próprio universo – a história por trás da história é bem maior que isso e muito ampla!

Vale a pena ler, com olhos atentos e cuidadosos, não como uma continuação da obra original de Watchmen, mas como um hotfix, na linguagem do desenvolvimento, do Universo DC.

Ordem de Leitura

A ordem de leitura da saga principal é simples – a história é fechada em seus doze volumes. Porém, entender como tudo chegou no lugar que está, será necessário ler um pouco mais! 🙂

O essencial do essencial: Watchmen. Por muitos, aclamada da melhor HQ de todos os tempos, trouxe novo fôlego e uma nova visão para os quadrinhos de super-heróis – obra básica para entender o Relógio do Juízo Final.
Aqui Moore cria todo uma trama envolvendo super-heróis, sem poderes sobre-humanos – apenas um personagem tem poderes: Dr Manhattan.

O especial DC Renascimento #1 é o comecinho e tem as primeiras dicas de que o universo padrão da DC está recebendo influências de outros poderes. Aqui ocorre entre a transição da era dos Novos 52 para um novo momento editorial,

Batman/Flash: O Bóton vem trazer a primeira grande referência explicita do universo Watchmen trabalhando no universo DC – Batman e Flash investigam de onde vem um bóton bem conhecido do publicado atrás da quarta parede.

Uma segunda figura com o poder de um deus tem um papel central nesta trama: Superman. Alguns arcos são importantes para trazer mais informações e melhor aproveitamento da trama principal – Superman: Renascido & Efeito Oz são pontos de parada na leitura.

Detective Comics: Um lugar solitário para Viver e Liga da Justiça da América: Pânico no Microverso fecham a lista de leitura

Duas indicações interessantes são conhecer a história do Flashpoint e um pouco da fase Novos 52 – Flashpoint abre as portas para a fase dos N52 – pois alguns fatos importantes que ocorrem durante o Relógio do Juízo Final, falam diretamente sobre isso.

Aftermath

— Alerta de Spoiler! —

Durante a trama e principalmente no seu fim, vemos uma mudança muito crítica tanto na linha do tempo da DC quanto em seu Multiverso.

Em vários momentos da história do Universo DC, o Dr. Manhattan interviu, com pequenas mudanças e isso transformou toda a linha do tempo – com uma pequena mudança os Novos 52 foram criados e com mais outra mudança, o Renascimento. Mas uma coisa sempre estava em evidência nessas alterações que o Dr. Manhattan executou – os impactos sempre ecoavam no Superman.

Um novo conceito foi adicionado – o Metaverso. O Dr. Manhattan diz que as coisas que acontecem no Metaverso, impactam diretamente em todo multiverso mudando cada uma de suas realidades.
Ele acrescenta que o Metaverso é um organismo vivo e começou a reagir às alterações realizadas – isso começou a acontecer com a volta de Wally West para as “telas”.

Conclusão

Avaliação de Pijama:
Este é uma série que, particularmente gostei bastante – apesar de ter recebidos muitas críticas.

O Relógio do Juízo Final como uma história que mescla os universos dos personagens DC e Watchmen é MUITO interessante e cumpre do começo ao fim.

Os dois arcos de personagens que me chamaram a atenção são a relação entre a Marionete/Mímico e o Dr. Manhattan  e as interações entre o Batman e o Rorschach.
Apesar de serem novos personagens e vilões sanguinários, existe amor entre eles, um amor real que foi construído ao longo de muitos anos – todas as interações entre eles e o Dr. Manhattan são importantes para o enredo e também a humanização dele.
Buscando entender quem é o Rorchach, o Morcegão tomou decisões que precisaram revistas em certo momento da trama. E fazer com que a confiança seja (r)estabelecida entre os dois foi algo vital para as coisas se desenrolarem…

O ponto alto é o volume 10 (e os volumes seguintes também seguem com um ritmo bem alto)!
Nestas edições vemos uma recomposição do Universo da DC, um mea culpa dos editores e diretores da DC, renascendo das escolhas anteriores. Neste volume, Dr. Manhattan explica através da história do ator Carver Colman, que as pequenas mudanças que ele fez na linha do tempo do Metaverso, fez com que todo o Multiverso fosse afligido – uma dessas mudanças gerou os Novos 52.
Os Novos 52 foi uma decisão editorial que não foi tão bem recebida quanto o imaginado, um pouco mais sombria, com um pouco menos de esperança em seu principal símbolo (o Superman). Buscando voltar as origens, trazer de volta o espírito das histórias pré-N52 essa história é um caminho para isso.

O Relógio do Juízo Final é um pedido formal de desculpas muito bem feito da editora aos seus fãs.

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